quinta-feira, 12 de julho de 2007

E A ARQUITETURA?

Depois de conhecer todas as teorias sobre o assunto desse blog, você leitor deve estar se perguntando "e a arquitetura?", já que um dos subtemas mais importantes nesse estudo, é a Optical Art na Arquitetura.

Pois bem, após conversar sobre o assunto com vários colegas de classe e com profissionais da área, a opinião que mais ouço é o fato de algumas dessas artes serem dinâmicas demais, em se tratando de interior, o que pode fazer do ambiente um local difícil de se estar. Para um local de estar, realmente, fica improvável, mas pense em outros tipos de ambientes, em uma única superfície. Lembra dos pisos hidráulicos? São exemplos de ópticos que não fazem mal. E no que diz respeito a arquitetura propriamente dita, os exemplos são quase sempre bons exemplos, veja os casos abaixo.

Esse é o Palazzo Ducale, repare no efeito visual alcançado com a repetição dos arcos ogivais...
Também não faz mal.
Muito pelo contrário, possibilita a sugestão de movimento ao edifício.













Fechamento de um estacionamento na Alemanha, feito com bambu. Repare no efeito espiral proporcionado pelos círculos (te faz lembrar alguma imagem já apresentada?).












Cobertura de um Aeroporto em Madri. A forma em "S" dá movimento ao conjunto.




Residência nos arredores de Pequim. Percebe como tendemos a agrupar as peças que não estão igualmente afastadas (proximidade - Gestalt).
Deixe sua opinião a respeito da Op Art na Arquitetura...

ILUSÃO DE ÓPTICA

O termo Ilusão de óptica aplica-se a todas as ilusões que "enganam" o sistema visual humano fazendo-nos ver qualquer coisa que não está presente ou fazendo-nos vê-la de um modo erróneo.

Tente perceber que as linhas são paralelas.





Nesta figura, os círculos parecem-nos uma espiral!








Uma guitarra parece maior do que a outra, a largura do tapete parece menor do que o seu comprimento na vertical, a largura do tapete ao perto parece menor do que a da parede do fundo e a linha do tecto à esquerda não parece ser colinear com a do chão à direita.
Se quiser, se divirta com mais ilusões acessando o link: (vale a pena, muito interessante!)

LEIS GESTALTISTAS DA ORGANIZAÇÃO

A Teoria da Gestalt, em suas análises estruturais, descobriu certas leis que regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e idéias. Essas leis são nada menos que conclusões sobre o comportamento natural do cérebro, quando age no processo de percepção. Os elementos constitutivos são agrupados de acordo com as características que possuem entre si, como:


SEMELHANÇA - define que os objetos similares tendem a se agrupar; pode acontecer na cor dos objetos, na textura e na sensação de massa dos elementos. O mau uso da semelhança pode dificultar a percepção visual.
Na imagem: os circulos brancos e pretos parecem se agrupar, mesmo que a distância entre as fileiras sejam iguais.




PROXIMIDADE - os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo.
Na imagem: há quatro grupos, sendo que os três grupos da direita ainda podem ser agrupados entre si, distinguido-se do grupo da esquerda.


BOA CONTINUIDADE - relacionada à coincidência de direções, ou alinhamento; se vários elementos de um quadro apontam para o mesmo canto, logicamente facilita a compreensão; o conceito de boa continuidade está ligado ao alinhamento, pois dois elementos alinhados passam a impressão de estarem relacionados.
PREGNÂNCIA - todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples: uma espada e um escudo podem tornar-se uma reta e um círculo; é o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.
CLAUSURA - ou “fechamento”, a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma (fechamento visual); quando o desenho do elemento sugere alguma extensão lógica, como um arco de quase 360º sugere um círculo.
Na imagem: Nossos cérebros adicionam componentes que faltam para interpretar uma figura parcial como um todo.


EXPERIÊNCIA PASSADA - certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se tivermos consciência prévia de sua existência. Da mesma forma, a experiência passada favorece a compreensão metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.

GESTALT

Gestalt é um termo intraduzível do alemão, utilizado para abarcar a teoria da percepção visual baseada na psicologia da forma.
Durante o século XIX e até o início do século XX, os estudos sobre a percepção humana da forma tinham em comum a análise atomista, ou seja, que procurava o conjunto a partir de seus elementos (conforme apresentado na postagem EXPLICAÇÕES). Em oposição direta a isto, surgiu a Teoria da Gestalt com as idéias de psicólogos alemães e austríacos.
A Teoria da Gestalt afirma que não se pode ter conhecimento do todo através das partes, e sim das partes através do todo; que os conjuntos possuem leis próprias e estas regem seus elementos (e não o contrário, como se pensava antes); e que só através da percepção da totalidade é que o cérebro pode de fato perceber, decodificar e assimilar uma imagem ou um conceito.
Para a Gestalt, o todo é um elemento próprio:
"o todo é mais do que a soma das partes". Isto equivale a dizer que "A + B" não é simplesmente "(A+B)", mas sim um terceiro elemento "C" que possui características próprias.” MOURA, Ana Clara Mourão e RIBEIRO, Rosemary Campos MOURA.

APLICAÇÕES


Embora tenha sido um movimento efêmero, a op art teve grande influência na moda, na decoração de interiores, em capas de livros e discos e até no urbanismo e na arquitetura. Durante a década de 70, a op-art foi utilizada pelo mundo da Moda com aplicações em vestidos, blusas, etc. Até hoje, alguns estilistas tiram proveito das listras e de outras formas para jogar com a ilusão de ótica.


ANTECEDENTES

Muitos pintores ao longo da história se empenharam em realizar ilusões óticas. Os artistas durante o Renascimento experimentaram fazer da pintura de superfície lisa brotar uma imagem tri-dimensional. Os Maneiristas também tentaram criar imagens para confundir o olho humano. Os artistas "op" também receberam grande inspiração dos Pós-Impressionistas quando esses criaram um estilo da pintura chamado Pontilhismo. A pintura formada por minúsculos pontos que quando olhados a uma certa distância, revela a imagem misturando suas próprias cores, assim como é o processo da impressoras atuais. Em certo sentido, os pontos parecem fundirem-se formando uma cor diferente; uma ilusão ótica. Os artistas "op art" usaram eventualmente estes mesmos princípios ao demonstrar os contrastes entre o branco e o preto.
Os antecedentes imediatos dessa corrente são movimentos de vanguarda, como o cubismo e o abstracionismo, que empregavam efeitos visuais e técnicas de composição semelhantes. Um dos mais brilhantes representantes da op art foi Victor Vasarely, que a partir de 1952 passou a criar diferentes estruturas cinéticas em preto e branco. O artista partia de figuras geométricas de tamanhos diversos, sobretudo o cubo, que combinava com cores chapadas para obter o efeito de tridimensionalidade.

CRÍTICAS

A Op Art explora a falibilidade do olho humano. O artista joga com o espectador, criando imagens que parecem vibrar e palpitar. Embora a obra de arte em si seja estática, as formas e cores utilizadas provocam uma ilusão óptica de movimento.
Apesar do rigor com que é construída, simboliza um mundo precário e instável, que se modifica a cada instante. Um crítico referiu-se assim à op art: "Now-you-see-it-now-you-don't" (Agora você vê, agora você não vê). O termo "obra aberta" foi igualmente aplicável à op art por Vinca Mazini, significando "uma arte suscetível de mutações de seus elementos com possibilidade de configurações diversas, limitadas pelas modificações recíprocas dos elementos e do espectador.

TÉCNICA

A dinâmica da pintura na Op Art é alcançada com a oposição de estruturas idênticas que interagem umas com as outras, produzindo o efeito óptico. Diferentes níveis de iluminação também são utilizados constantemente, criando a ilusão de perspectiva. A interação de cores, baseado nos grandes contrastes (preto e branco) ou na utilização de cores complementares são a matéria prima da Op Art.

A ilusão faz uso de truques da percepção visual: usando linhas de perspectiva para dar a impressão do espaço tridimensional, cores misturadas para dar a impressão da luz e de sombra, e assim por diante. Envolvendo o estudo da percepção, os artistas usam formas geométricas como tema em seus trabalhos.




Tente perceber que em ambos os casos, as linhas retas são do mesmo tamanho.

CONTEXTUALIZAÇÃO...

Victor Vassarely foi um grande precursor da Op Art. Segundo ele, em plena idade da mecanização e industrialização, a pintura não pode mais continuar sendo feita com a mesma técnica milenar dos pintores das cavernas pré-históricas. Para se tornar expressão autêntica dos nossos tempos, que se caracterizam pela velocidade e multiplicidade, a pintura deve ser produzida mecanicamente em série, consumida em massa e exprimir o dinamismo da vida moderna. Dentro dessa ordem de idéias, criou a plástica cinética que se funda em pesquisas e experiências dos fenômenos de percepção ótica. Sendo assim, a óptica e a psicologia da percepção serviram de apoio à op art, mostrando a clara relação entre arte e ciência.
A Op Art, com suas pinturas voluptuosas, brincam com nossas percepções ópticas. As cores são usadas para a criação de efeitos visuais como sobreposição, movimento e interação entre o fundo e o foco principal. Os tons vibrantes, círculos concêntricos e formas que parecem pulsar são as características mais marcantes deste estilo artístico.
Por ser pouco difundida e estar imersa em um grande caldeirão de influências, que vão desde o surrealismo à arte moderna, a Op Art não é considerada um movimento genuíno dentro das artes visuais, sendo reconhecida mais como uma vertente de outras linhas artísticas, como por exemplo a Kinetik Art (Arte Cinética). O limite entre a Kinetic Art e a Op Art é bastante tênue, o que gera confusão entre estes estilos.
A diferença básica entre ambos é que na Kinetic Art, os processos ópticos são baseados na percepção do movimento real ou aparente da obra, que pode ser plana, bi ou tridimensional, enquanto que, na Op Art, há apenas movimentos virtuais, utilizando-se objetos planos e formas geométricas. Os padrões mais rígidos fazem com que o apuro nas formas e o estudo detalhado dos fenômenos ópticos sejam os principais enfoques da Op Art.
Em 1965, foi organizada a primeira exposição de Op Art. A mostra foi chamada "The Responsive Eye" (O Olho que Responde), no Museu de Arte Moderna de Nova York. O período posterior à exposição não foi dos melhores para a Op Art, que quase caiu no esquecimento. Em parte, esse distanciamento surgiu devido à concorrência com a Pop Art, que tomava conta de praticamente todo o cenário artístico mundial, deixando pouco espaço para as demais expressões artísticas.
O advento do computador, no entanto, trouxe um novo fôlego à Op Art. As cores metálicas, as formas praticamente matemática e a organização rigorosa dos elementos têm tudo a ver com a "sociedade cibernética" (cibernética - ciência do controlo e da comunicação no animal e na máquina).

quinta-feira, 28 de junho de 2007

GRAFISMOS EM PISO

Essas imagens são ambientes na Casa Cor São Paulo - 2007, ou seja, os grafismos em preto e branco são tendências .... optical art super na moda !!!




O revestimento vinílico Paviflex foi feito especialmente para o ambiente de Marcelo Rosenbaum (aquele do quadro "Lar Doce Lar, do Caldeirão do Huck"). Detalhe: o desenho geométrico, típico do ladrilho hidráulico, foi ampliado.










Acreditando que os ambientes da casa podem transcender suas funções, Esther Giobbi escolheu os ladrilhos hidráulicos para o Espaço Gourmet.






No ambiente de João Armentano, o Estúdio do Marido Apaixonado, destaque para o tapete em náilon preto e letras brancas, no qual se lê uma frase em italiano que diz: "Sem você, eu não sou ninguém". Será que a esposa gostou?

segunda-feira, 25 de junho de 2007

ILUSÃO

Vou ficar nos temas mais interessantes dos assunto: as ilusões e a optical arte na arquitetura; revezando entre eles.

Op Art - Pinturas que exploram a falibilidade do olho pelo uso de ilusões ópticas.

ILUSÃO 1:




O que percebe? Fantástica essa arte, né?










ILUSÃO 2:





Tente perceber formas... Olhe na parte central da imagem: Cadê o fim das colunas?










ILUSÃO 3:



Quantas faces humanas consegue perceber? Só uma dica: são 11. Bom trabalho !!!

EXPLICAÇÕES...

Já parou pra tentar diferenciar sensação de percepção? Pois é, duas grandes concepções sobre esse assunto fazem parte da tradição filosófica (até o século XX): a empirista e a intelectualista. Para os primeiros, a sensação conduz à percepção como uma síntese passiva, isto é, que depende do objeto exterior. Mais ou menos assim: o objeto exterior toca algum órgão do sentido, que vai fazer um percurso no corpo, até chegar no cérebro e depois volta às extremidades sensoriais. Cada sensação é independente das outras e cabe à percepção unificá-las e organizá-las numa síntese.
Já para os intelectualistas, as idéias são provenientes das percepções. Para eles, a sensação e a percepção são sempre confusas e devem ser abandonadas quando o pensamento formula as idéias puras. A coisa exterior é apenas a ocasião para que tenhamos a sensação ou a percepção. Neste caso, o sujeito é ativo e a coisa externa é passiva, ou seja, sentir e perceber são fenômenos que dependem da capacidade do sujeito para decompor um objeto em suas qualidades simples (sensação) e de recompor o objeto como um todo, dando-lhe organização e interpretação (percepção). A passagem da sensação para à percepção é feita pelo intelecto do sujeito.
Enfim, ambos concordavam num aspecto: a sensação era uma relação de causa e efeito entre pontos das coisas e pontos do nosso corpo. As coisas seriam qualidades isoladas e o nosso aparelho sensorial seria receptores isolados; a percepção era a atividade que juntava as partes numa síntese que seria o objeto percebido.
Em nosso século, a Filosofia alterou essas duas tradições, surgindo a fenomenologia de Husserl e a teoria de Gestalt. Para ambas, a percepção não é causada pelos objetos sobre nós, nem é causada pelo nosso corpo sobre as coisas: é a relação entre elas e nós, e nós e elas. Mostraram contra o empirismo e o intelectualismo, que não há diferença entre sensação e percepção.
Conclusão: sentimos e percebemos formas, isto é, totalidades estruturadas dotadas de sentido ou de significação.

sábado, 16 de junho de 2007

OLHA ISSO...





Essa é uma imagem da Bridget Riley ....



Essa é uma foto de uma casa noturna (U-Turn) em São Paulo. Ou seja, isso é real...está em um ambiente.

DISCUSSÃO 2:

Uma imagem causando a sensação de se estar em um ambiente versus uma foto onde isso realmente acontece... Perceberam onde quero chegar? Na ARQUITETURA! É claro! Até que ponto essa arte da década de 60, pode estar presente, hoje, na arquitetura? Isso é ruim ou é legal, será divertido, dá dinamismo e movimento ao local? É essa a discussão que quero deixar rolar nesse blog. Deixe sua opinião...e fique atento as imagens dos próximos capítulos....hihihi.

BRIDGET RILEY

ARTISTA 2:
Nascida em Londres em 1931, Riley pretendeu representar o movimento com a utilização sequencial de elementos gráficos, nomeadamente listas que se sobrepõem, curvas onduladas, discos concêntricos e quadrados ou triângulos que se repetem exaustivamente. A dinâmica nas suas obras é, em suma, alcançada com a oposição de estruturas idênticas que interagem umas com as outras produzindo determinado efeito óptico. A interacção de cores, por seu turno, baseada nos grandes contrastes (preto e branco) ou na utilização de cores complementares, criam efeitos visuais como sobreposição e interacção sobre o fundo e o foco principal, sugerindo, também elas, sensações ópticas de ritmo nas superfícies, que parecem vibrar. Os seus primeiros quadros a preto e branco surgiram em 1960, tendo ganho rapidamente um papel de destaque no movimento emergente da Op art, que a levou a expor em países tão diferentes como Itália, Alemanha, Estados Unidos, Austrália, Índia, Egipto ou Japão, e a ser admirada por vários artistas importantes no nosso século. É, no entanto, em meados dos anos 60 ao utilizar cores nos seus trabalhos que revoluciona o movimento Op Art ao introduzir uma técnica, denominada “Moiré”, através da qual cria um espaço móvel que produz um efeito semelhante a de um estalido de chicote.

TENTE IMAGINAR ...





DISCUSSÃO 1:
O interessante da Op Art é tentar visualizar mais do que se vê num primeiro olhar. Essa figura, por exemplo, num primeiro olhar se vê a mudança de plano, os três planos se diferenciando em uma dimensão. Mas tente ver de outra forma. O que você vê?
Op art também é ilusão de óptica!

VICTOR VASSARELY

ARTISTA 1:
Criou a plástica cinética que se funda em pesquisas e experiências dos fenômenos de percepção ótica. As suas composições se constituem de diferentes figuras geométricas, em preto e branco ou coloridas. São engenhosamente combinadas, de modo que através de constantes excitações ou acomodações retinianas provocam sensações de velocidade e sugestões de dinamismo, que se modificam desde que o contemplador mude de posição. O geometrismo da composição, ao qual não são estranhos efeitos luminosos, mesmo quando em preto e branco, parece obedecer a duas finalidades. Sugerir facilidades de racionalização para a produção mecânica ou para a multiplicidade, como diz o artista; por outro lado, solicitar ou exigir a participação ativa do contemplador para que a composição se realize completamente como "obra aberta".

segunda-feira, 4 de junho de 2007

OP ART

DEFINIÇÃO:
Op Art é a abreviatura de Optical Art, forma de arte abstrata caracterizada pela utilização de figuras geométricas, especialmente em padrões de cor preta e branca, cuja repetição exaustiva resulta num dinamismo visual que cria efeitos de ilusão óptica nos espectadores. Esses efeitos são caracterizadso por sensações de movimento e sugestões de vibrações que se modificam quando o observador muda de posição, simbolizando a acessibilidade constante de transformação da realidade em que o homem vive. Esse movimento artístico não convencional, liderado por Victor Vasarely e Bridget Riley tornou-se popular na América e na Europa na década de 60.